A economia da China ainda sofre para recuperar seu fôlego para seus níveis de crescimento pré-pandemia. Apesar da alta do Produto Interno Bruto (PIB), que registrou 8,1%, em 2021, os dados do terceiro trimestre do ano passado não foram bons e preocupam especialistas em todo o mundo. O desempenho trimestral é o mais fraco desde o terceiro trimestre de 2020, e veio abaixo do esperado (4,9%). Analistas econômicos indicavam que o PIB aumentaria 5,2% no terceiro trimestre de 2021. Isso aconteceu devido a novas infecções por Covid-19 em julho que levaram a novas restrições, prejudicando a produção industrial do país já afetada pelo clima rigoroso no verão. Efeitos no Brasil O Brasil deve ser um dos principais prejudicados pelo crescimento mais lento da economia da China. Afinal, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e qualquer abalo na sua economia respinga no país, sobretudo nos exportadores de commodities. Ou seja, mineração, celulose, siderurgia e petróleo são os setores mais afetados a curto prazo. O cenário adverso se soma ao desarranjo na cadeia logística internacional, que já vem prejudicando diversos setores da economia. O que pode ser mais uma trava na recuperação econômica brasileira após o período mais crítico da pandemia. Os primeiros impactos já são sentidos pelo agronegócio, com maior dificuldade para comprar defensivos e fertilizantes, pela mineração, que vê as cotações internacionais em queda, e pelo setor de energia, afetado pelos preços recordes do gás natural. FMI prevê alta da economia da China em 2022 O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou sua previsão de crescimento da economia da China. As estimativas são de que o gigante asiático crescerá 4,8% em 2022. “Projetamos um crescimento global neste ano em 4,4%, 0,5 ponto percentual abaixo do previsto anteriormente, principalmente por causa dos rebaixamentos para Estados Unidos e China”, escreveu Gita Gopinath, autoridade número dois do FMI, em seu blog. Com isso, a instituição agora espera que a economia global cresça 1,5% a menos que no último ano, chegando a 4,4% de alta. Em 2021, o crescimento foi de 5,9%. Vale destacar que a economia dos EUA agora deve crescer 4% em 2022, depois de expandir 5,6% em 2021, com o crescimento diminuindo ainda mais para 2,6% em 2023, disse o FMI. Qual a influência da economia chinesa no Brasil? A China representa o principal destino das exportações brasileiras. Em seguida, vêm os Estados Unidos e a União Europeia. A balança comercial do agronegócio entre Brasil e China registrou valor recorde em 2021. Ela foi motivada, principalmente, pela alta dos preços internacionais das commodities exportadas pelo Brasil. O valor exportado foi de US$41,02 bilhões. Um crescimento de 20,6% em relação a 2020. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Dentre os produtos mais exportados estão: Soja, Produtos florestais, Carnes. + Brasil X China: quais os impactos na economia brasileira? O país fechou o ano passado com um recorde da balança comercial do agronegócio, com um total de US$105,1 bilhões. Uma alta de 19,8% em 2020. O valor é superior ao da balança comercial total (que abrange todos os setores), que fechou 2021 com superávit de US$61,2 bilhões. Esse importante parceiro comercial do Brasil também é responsável pela maior parte dos produtos que chegam ao território nacional. “Tudo que acontece na China tem um impacto porque é o segundo maior importador do mundo. Os efeitos serão sentidos nas commodities como petróleo, soja, proteínas e minério”, explica o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. chineses caminhando por uma rua onde existem paines imunidados A alta da economia da China deve impulsionar o restante do mundo Economia chinesa deve passar a dos EUA em 2028 A economia da China vai desbancar a dos Estados Unidos como a maior economia do mundo em 2028. Ou seja, cinco anos antes do que o previamente previsto pelo Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês). De acordo com o centro de estudos britânico, o país aiático foi rápido e eficaz no controle da pandemia de Covid-19. O que fez com que a economia não ficasse paralisada, como ocorreu em outras partes do mundo. Contudo, o órgão diz que a economia chinesa não está se beneficiando apenas com o controle da pandemia, mas também com a aplicação de políticas agressivas voltadas para alguns setores, como a manufatura avançada.