Na última segunda-feira, 7 de fevereiro, o governo do Brasil anunciou a entrada no Global Entry, o programa que facilita a entrada de brasileiros nos Estados Unidos. Na verdade, esse é um processo iniciado em 2013 e agora, efetivamente, brasileiros podem aderir. Isso porque finalmente está em vigor a terceira e última fase do acordo assinado com o governo dos Estados Unidos para facilitar a entrada de brasileiros no país. A adesão à iniciativa norte-americana foi formalizada em novembro de 2019. Inicialmente, o programa foi testado com um grupo menor de brasileiros participantes do Fórum de Altos Executivos Brasil-EUA. Depois, as inscrições foram disponibilizadas para um número maior, mas ainda limitado de pessoas, para que o sistema informatizado desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) fosse testado e aprimorado. Agora, na terceira e última fase de implementação, as inscrições no Global Entry estão disponíveis para todos os cidadãos brasileiros interessados. De acordo com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a novidade vai impulsionar novos negócios e relações entre empresas e instituições dos dois países. Mas como esse programa funciona na prática? Continue lendo para entender! O que é e como funciona o Global Entry? O Global Entry é um programa do governo norte-americano que existe há anos com o objetivo de facilitar a entrada do estrangeiro nos Estados Unidos. Assim, essas pessoas conseguem “furar a fila” da imigração, que costuma ser enorme nos aeroportos. Mais de dez países já participam dessa iniciativa, como Argentina, Índia, Colômbia, Reino Unido e vários outros. Agora, com a adesão do Brasil, agora os brasileiros também podem ter esse acesso facilitado. Na prática, o programa permite a liberação mais rápida no controle do passaporte, no momento da chegada aos Estados Unidos. Ao invés de passar pelas filas – muitas vezes gigantescas –, o viajante pode dispor de quiosques de atendimento automático que eliminam a necessidade de contato com agentes de imigração. Para ter essa vantagem é necessário realizar uma inscrição, como detalhado a seguir. Mas vale destacar que a adesão ao Global Entry não exclui a necessidade do visto americano para entrar nos Estados Unidos, nem de passaporte. Como se inscrever no programa que facilita a entrada nos EUA? A inscrição para aderir ao Global Entry deve ser realizada pela plataforma Trusted Traveler Programs, do governo estadunidense. Ou, em portugûes, Proteção de Fronteiras e Alfândega do Departamento de Segurança Doméstica dos Estados Unidos (CBP). Ao criar uma conta no site, será necessário pagar uma taxa de U$100 (dólares) e informar alguns dados pessoais, como CPF e número do passaporte, além de preencher um questionário social. Depois da inscrição, ela será analisada pela Receita Federal e pela Polícia Federal, depois pelo próprio pelo CBP. Cabe ao Departamento de Segurança Doméstica dos Estados Unidos a decisão sobre quem poderá aderir ou não ao programa. Aguarde pela avaliação dos dados. Caso seja aprovado, você será chamado para uma entrevista presencial, aqui no Brasil, com um funcionário da imigração dos Estados Unidos. Passando por todas essas etapas, a adesão ao Global Entry está concluída e já será possível viajar para os EUA sem precisar passar pelas filas de imigração. Importante: até a manhã desta terça-feira, 8, o Brasil ainda não constava da lista de países cujos cidadãos estão incluídos nos acordos binacionais no site do CBP. Mas a relação deverá ser atualizada em breve e isso não interfere na inscrição. Passaporte europeu em uma mala azul marinho Global Entry facilita passagem pela imigração em viagens aos Estados Unidos Quanto custa o Global Entry? Como mencionado, para aderir ao Global Entry é preciso pagar uma taxa de US$100 ao CBP – o equivalente a R$528, aproximadamente, considerando a cotação do dia da publicação deste artigo. Mas essa taxa é válida por cinco anos. Ou seja, o viajante paga uma vez e pode usufruir da facilidade em entrar nos Estados Unidos por meia década. Depois de cinco anos, a inscrição precisará ser renovada com o pagamento da taxa novamente. Mas vale reforçar que o programa não muda em nada as regras para o visto americano e do passaporte, que também precisam ser renovados conforme suas respectivas datas de validade. Por isso, o Global Entry é bastante vantajoso para quem viaja com frequência aos Estados Unidos. O maior benefício está na economia de tempo.